quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dilma defende prisão perpétua


A petista tentou focar os anseios do eleitorado feminino e reconheceu falhas da gestão do presidente Lula

São Paulo. Em sua segunda entrevista de rádio em São Paulo ontem, a pré-candidata Dilma Rousseff (PT) defendeu a prisão perpétua para pedófilos no País, mas depois recuou e disse apoiar o cumprimento rígido das condenações, independentemente do número de anos da pena.

Ao falar e responder a ouvintes da Rádio Record AM, a petista tentou focar os anseios do eleitorado feminino e acabou reconhecendo falhas e omissões da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando uma ouvinte expressou revolta sobre os crimes de pedofilia, Dilma se solidarizou e defendeu a condenação a prisão perpétua em alguns casos. Mas depois voltou atrás e esclareceu que o encarceramento no País é limitado a 30 anos e pregou o cumprimento integral das condenações para crimes graves.

"Concordo que talvez o maior crime dos crimes seja a pedofilia. Além de ser uma agressão inominável, afeta um ser humano indefeso. Compartilho da sua revolta. Hoje já existem crimes inafiançáveis e que são objetos de pena maior. Concordo que, dependendo da gravidade deles, pode ser um crime passível de perpétua. Tem que ver qual crime", disse Dilma.

Depois de um intervalo comercial, a petista pediu para fazer um esclarecimento: "O que é sério no Brasil não é a questão da prisão perpétua. É se pessoas, como o pedófilo, vão ou não cumprir a pena e não ser liberadas no meio do caminho. Por qualquer quantidade de anos que a pessoa for condenada, o que importa é que, nos crimes graves, inafiançáveis, como é o caso da pedofilia, a pessoa cumpra pena integralmente e não seja solta ou tenha qualquer outra suavização da pena", completou a pré-candidata.

Falhas no governo

Ao ser questionada sobre eventuais falhas no governo Lula, a petista reconheceu que houve erros na concepção do programa Fome Zero, que se transformou depois no programa Bolsa Família, sem citar que ele nasceu da unificação de programas sociais já em andamento do governo Fernando Henrique, ancorado no Bolsa-Escola.

Em outros momentos, a petista reconheceu outras omissões da gestão Lula, como a falta de investimento massivo em drenagem e falta de qualidade nos avanços quantitativos da Educação - as duas são questões que prometeu implementar se for eleita.

"O que não estava dando certo, nós abandonamos. E criamos métodos melhores. Por exemplo, achávamos muito importante acabar com a fome, e nós acabamos com a fome. Mas não foi o programa Fome Zero. Virou o Bolsa-Família e complementamos com restaurantes populares e programas de aquisição de alimentos. Montamos uma rede porque percebemos que o Fome Zero estava restrito, da forma como estava", explicou a petista.

Sobre obras de drenagem, Dilma afirmou que não são atribuições legais do governo federal e citou o caso de alagamento de regiões de São Paulo. Mas prometeu investir R$ 10 bilhões no setor.

A respeito da melhoria da educação, ela reconheceu que é necessário oferecer mais qualidade: "A educação é uma garantia. Todos nascem diferentes, mas as oportunidades tem que ser iguais. A grande missão é assegurar no Brasil uma educação de qualidade. Hoje já temos quantidade, mas ainda nós não alcançamos a qualidade que o Brasil merece.

Da mesma forma que fez em entrevista à rádio Tupi AM mais cedo, a pré-candidata voltou a defender a desoneração de remédios e a criação de "policlínicas" para suprir a demanda por consultas a médicos especialistas - o setor da Saúde não tem sido um foco de sua pré-campanha nos últimos meses.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=791736

Endireitado Leandro

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